Venha participar do
Caminho de São José !
O Caminho com o Pai
O Caminho com o Filho
O Caminho com o Espírito Santo
São José Patriarca
Viva este Caminho
História
O Caminho de São José Patriarca nasce com um pequeno grupo da cidade de Jundiaí-SP. O intuito inicial seria alcançar a distância equivalente de Nazaré (na Galiléia) até Belém de Judá (Jornada de José e Maria) de aproximados 153km. O Caminho deveria nos levar até Cristo, por isso a escolha do Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus-Itu.
Em maio de 2021, este grupo organizou a celebração inicial do projeto, na capela de Santa Cruz, bairro Morro Azul na cidade de Itatiba-SP. Isto deu-se no dia 1 de maio de 2021 (festa de São José Operário). Neste mesmo dia, eles percorreram o roteiro de carro, para fazer simbolicamente a passagem pelos principais pontos.
O próprio Caminho foi sendo construído aos poucos, a primeira geração, por exemplo, findou sua caminhada em Pirapora do Bom Jesus, somando 100km. A segunda e terceira geração chegaram ao destino originariamente pensado, no Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Itu-SP, a 156km do ponto inicial (a providência foi de encontro ao que tínhamos sonhado).
Pequenos ajustes foram se concretizando, como local de pousada (não mais em barracas e sim em chácaras com estrutura de dormitórios, etc).
O ano de São José, proclamado por Sua Santidade Papa Francisco, foi o “motor” de partida para “batizar” este projeto, afinal ele precisaria de um sentido religioso que nos movesse, e assim se fez.
Quem Somos?
Somos um grupo de voluntários que organiza os grupos de peregrinação, com dias e quantidade específica de peregrinos. Recrutamos o apoio para acompanhar os peregrinos ao longo dos 7 dias (obs: o percurso pode ser feito em menos dias, combinando-se com a equipe, o que, consequentemente, altera seu custo final). Secretariamos os contatos com os locais de pousada, recolhemos os respectivos valores das diárias através da taxa por pessoa.
Como funciona?
O Caminho funciona de forma trimestral, a saber, nos meses de: janeiro, abril, julho e outubro. Os grupos são limitados de 6 pessoas (mínimo) a 8 pessoas (máximo); fora isso, a logística se torna mais difícil.
Os valores por pessoa variam, vide as modalidades abaixo, que podem incluir alimentação (café, almoço, lanche e jantar) e as respectivas diárias nas chácaras.
O grupo é acompanhado por algum pastorzinho veterano que já tenha realizado a experiência, além do grupo de apoio que dispõe do carro para levar as refeições até os referidos locais.
Cada grupo entra em contato com o escritório e agenda o mês (dias) mais em conformidade com sua programação. Em seguida receberá todas as orientações para viver este momento tão especial.
As modalidades do Caminho e valores
Alfa I – 7 dias, R$ 750,00 (pousada e alimentação inclusa)
Alfa II – 7 dias, R$ 300,00 (somente alimentação)
Beta I – 5 dias, R$ 530,00 (pousada e alimentação inclusa)
Beta II – 5 dias, R$ 200,00 (somente alimentação)
* Itinerários especiais *
Gama I – Ciclistas, parada com hospedagem na Chácara Saint Patrick: R$ 200,00
(pousada e alimentação inclusa)
Gama II – Ciclistas, parada sem hospedagem, próximo a Igreja Santa Clara – R$ 80,00 (alimentação)
Delta I – R$ 16,00 direito de passagem na fazenda Guaxinduva
(com pousada, alimentação e apoio por conta do peregrino)
Delta II – 156km em 5 dias (30km por dia): R$ 200,00 (somente alimentação)
Um pouco das peregrinações anteriores
Espiritualidade
As grandes peregrinações aos lugares santos tiveram um importante espaço na formação da espiritualidade oriental e ocidental, de modo particular após o ano 380 da era cristã, quando o imperador romano Teodósio I oficializou o cristianismo como religião do Império. O período anterior a isso foi o outro extremo: confessar a fé cristã significava pagar com preço de sangue, foi a grande era dos mártires dos primeiros séculos.
Vendo o afrouxamento da vida cristã (agora ser cristão é automático, basta nascer no Império Romano), vários grupos de pessoas, homens e mulheres, procuram as cavernas e desertos para levar uma vida de ascese e sacrifício. Dentre estas mortificações estão as peregrinações aos lugares santos, que surgem deste contexto e espírito penitencial.
Claro é que a tradição do oriente judaico sempre teve na peregrinação uma profunda raiz, já desde os patriarcas: Abraão, Moises, etc.
São José fecha o ciclo dos Patriarcas com a grandiosa missão de guardar o Redentor dos perigos que o mal, personificado em Herodes, tentará contra o menino.
Estudos aproximativos não entram em consenso quanto à distância exata percorrida por José e Maria (estando esta grávida) por ocasião do censo na cidade natal de José (Belém) por ser ele da descendência e família de Davi. O que parece razoável é a margem entre 146 e 153 quilômetros.
Evidente que no mundo atual, falando de século XXI, o caminhar pode ter sentidos muito diversos que não apenas religioso. Explica isso a grande oferta de trilhas, passeios, ciclismo, lazer, que dentro e fora do Brasil podem ser encontrados.
O caminho de São José procura voltar à fonte, ele não ignora qualquer iniciativa recreativa, mas também não incentiva um simples lazer ou recreação. Ele começa sendo penitencial, sai de um plano meramente horizontal para adentrar uma luta “invisível” entre anjos e demônios, que buscam nosso coração.
Torna-se fé na medida mesmo que valoriza o oferecimento de si e das dores para o capital de graças, o Sagrado Coração de Jesus, o Imaculado Coração de Maria, com o coração igual ao de José (Patris Corde).
A proposta de sair da sociedade do automóvel e entrar no ritmo dos passos é desafiadora. Do burburinho da cidade (e mesmo do campo) com seus apelos tecnológicos, para uma escuta do Outro (Deus), dos outros (natureza, irmãos) e de si, revelam a face desconhecida (ou quando muito ignorada) do silêncio (que não é vazio) silêncio de plenitude.
A distância aproximada do percurso total (Morro Azul em Itatiba até o Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus, em Itú) é de 156 quilômetros, cumpridos em 7 dias, preferencialmente. Ao longo dos quais portas e convites são abertos. Meditam-se os Salmos da Liturgia das Horas (oração oficial da Igreja); meditam-se as estações da Via-Sacra (quando encontramos as capelinhas no decorrer do trajeto), rezam-se terços a S. José e Maria Santíssima, celebra-se a Eucaristia (quando no grupo está um sacerdote)
Um tempo privilegiado de escuta é oferecido, no caminho não se conversa senão o necessário. Educa-se para o silêncio fecundo, sempre pleno de respostas.
Outro grande convite é quanto à sobriedade, de modo especial no que se refere ao uso das coisas. Cada peregrino leva somente o que pode carregar (a mochila ideal não pode superar os 6 quilos). Conseguimos descobrir que para se viver bem precisamos de muito pouco.
A alimentação é preparada por uma equipe de apoio nos pontos de descanso e pouso, basicamente café da manhã, almoço e jantar. Um dos lugares prediletos de Jesus era à mesa (tanto que faz dela seu sacramento), uma partilha sóbria ajuda a “mastigar” mais do que um alimento, faz-nos partilhar o coração com o outro, nas refeições acontece algo de muito próximo, de muito belo, estamos todos na mesma condição, ricos ou pobres, sentimos fome, sede. Procuramos juntos uma mesma fonte.
O caminho de São José Patriarca percorre lugares belíssimos e riquíssimos em mata nativa. As serras do Japi e Guaxinduva estão entre as principais. Trilhas, cachoeiras, nascentes que serpeiam a estrada, formações rochosas e pedras em exuberante saliência. Uma fauna de tirar o fôlego, uma flora vastíssima. Todas elas em harmonia para ajudar o peregrino a encontrar-se ele próprio, como parte desta rica cadeia de vida, desta criação tão perfeita de Deus.
Ao longo do trajeto, é possível uma verdadeira viagem no tempo. O Vale do Guaxinduva, em Cabreúva SP, por exemplo, é um Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de São Paulo. A Igreja do Bom Jesus, anexa ao Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus, em Itu, é outra referência do período áureo da monarquia no Brasil e do nascimento da República (Itu é considerado o berço desta)
Cada pessoa é um universo, isso também quando ela está a caminho. Cada pessoa está sempre fugindo de algo ou alguém (José fugia de Herodes), eu posso estar fugindo da vida sem sentido, fugindo de uma dependência afetiva, de um vício…temos sempre um “Herodes” a combater.
Ao mesmo tempo que o caminhar é ir ao encontro de alguém, de algo mais profundo. José caminhava na trilha de um Reino, o Reino de seu Deus. Eu sempre estou a encontrar o mesmo Senhor, eu caminho não só para fugir do que me ameaça, mas também para encontrar mais vida, mais esperança, mais fé, mais Deus!
Ninguém entra num deserto esperando encontrar água, sombra e regalias. Mas mesmo estando “vigilante” quanto aos percalços da viagem, nem tudo é previsível. Aqui estamos num campo muito mais difícil de combater: os nossos demônios (vícios); caminhar nos predispõe a interpretar a ofensa com outros olhos, a encarar a possibilidade do perdão como algo nobre, a deixar de lado o amor-próprio egoísta, a pensar além de si mesmo.
No caminho confrontamos nosso maior amigo e nosso pior inimigo (nós mesmos), aceitamos que nem sempre conseguimos tudo, nem sempre posso ser o melhor…e ainda assim Deus me acolhe.
Quando Jesus dizia para expulsarmos os demônios, ele se referia também aos nossos apegos, apegos as coisas, as pessoas…
O Senhor já dizia que antes de começar a construir uma torre, eu devo sentar e calcular os gastos, para ver se terei condições de terminar. A peregrinação ajuda-me a administrar o pouco e o muito. Ajuda-me a separar objetos necessários dos dispensáveis, a lavar a própria roupa, a perceber o limite do próprio corpo, a pedir e oferecer ajuda.
A disciplina combinada do exercício, do repouso, da alimentação e da vida espiritual. Tudo convergindo para uma gratificante entrega, própria da vela que se queima, da flor que enfeita e perfuma para, enfim, também morrer.
A oração aqui toma outro gosto, ela ganha um peso, uma cruz nova, bolhas nos pés podem ser um excelente meio de sofrer por quem se ama, de pensar nas “bolhas” de Jesus até chegar o calvário. Existe alguém que caminha junto comigo, e assim eu descubro que Ele me ama.
Cuidados Propedêuticos
A prática constante de exercícios, preparam o seu físico para uma experiência exigente como esta, dê preferência a caminhadas longas (tenha a meta-base de 25km);
Não se trata de um mero treinamento físico, você fará uma jornada interior, sendo de extrema importância uma boa confissão. Não aconteça levar “coisas pesadas” na sua bagagem.
As pousadas (em sua maioria) serão feitas em chácaras, uma delas somente em barraca de camping, caso não tenha uma, avise a equipe o quanto antes, afim de providenciarem.
Utilize um tênis já bem adaptado ao seu pé, evite tênis muito fechado na parte da frente (como sapatênis, etc) preferindo uma boa ventilação.
Leve de 2 a 3 trocas de roupa (já contando com a do corpo), a experiência de caminhar tem a ver também com a consciência de que precisamos de pouco para viver bem. As roupas serão lavadas nos locais de pouso, por isso, prefira roupas leves de secagem rápida.
Durante todo o percurso, utilizamos a Liturgia das Horas (Laudes, Ofício, Hora Média); evitando carregar muito peso, recomendamos adquirir o aplicativo: iliturgia ao custo aproximado de R$19 a R$22 reais. A vantagem deste é o serviço off-line, diferente do “católico orante”, por exemplo, que só funciona onde tenha sinal de rede.
Outros subsídios para oração serão oferecidos pela equipe, como o “diário de bordo” e a credencial com a medalha de S.José, o valor estará embutido na taxa, juntamente com a alimentação.
A Santa Missa será celebrada diariamente antes do jantar, caso exista algum sacerdote no grupo. Neste caso, coloque seus dons a serviço, se tiver habilidade musical, de leitura, etc.; apresente-se para a equipe.
É importante lembrar que estamos no início de um processo, o itinerário total conta com pouca (ou quase nula) estrutura de sanitários no decorrer do Caminho, é muito comum o uso do “banheiro natural”, espaços mais reservados dentro da mata onde podemos utilizar. Devemos nos munir de papel higiênico, por exemplo.
Para fins de informação, a mochila ideal deve ter o cinto duplo (sobre a cintura e o tórax) para dividir o peso total, que não é recomendável ultrapassar os 6kg.
Por questões de ordem, um carro de apoio deve levar a alimentação nos pontos de parada. Nos dez primeiros quilômetros de cada dia (cafezinho) e finalmente na chácara/pousada com o almoço; vale recordar que ao invés de mala, cada peregrino levará seus pertences na própria mochila, convém que esta tenha bastante espaço (tipo cargueira) suficiente paras as peças de roupas, saco de dormir e toalha de banho, por exemplo.
Leve água somente para os primeiros 12 km, basicamente 1litro, pois teremos oportunidade de reabastecer no decorrer do caminho.
Recomendamos o uso do cajado, não apenas como apoio, como também para inibir animais hostis que possam aparecer; contudo, na própria mata encontramos ótimas opções, evitando maiores custos.
Um dos membros da equipe será nosso “socorrista”, portando a bolsa de primeiros socorros, contudo, tanto nos treinamentos antes da data, quanto durante a mesma, orientamos que cada membro leve seu relaxante muscular (Dorflex ou afins) visto ser grande a demanda durante todos os dias. Não esqueça seus remédios prescritos, em caso de alergia a algum alimento (glúten, lactose, açúcar, etc.) ou se segue alguma dieta específica, nos comunique
O uso de celulares é permitido, contudo, lembramos que é aconselhável deixar tudo encaminhado antes de sair. Lembre-se que, em casa, tem alguém guardando melhor do que nós, as pessoas que amamos e as coisas que conquistamos, confiemos no Senhor!
O Caminho tem sua espiritualidade própria: “lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos” (2 Tm 2, 8), estaremos ocupados o tempo inteiro com Jesus, não é hora de ficar “ocupado” com o outro, “puxando conversa”; lembre-se que os dias que oferecemos não são mais nossos, são para os outros que não estão ali fisicamente, e para Deus.
“Esperamos no Senhor”
(cf. Sl 40,1)